quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Digimon Extreme: Episódio 13 - Conflito Interno

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- Como é? Morreu? E você fala isso na maior naturalidade? Ele era nosso amigo sabia? – Rodrigo, muito furioso, segurava Jijimon pela barba e falava. Gaomon, que havia regredido de Gaogamon, olhava tudo surpreso.

Enquanto isso, Camila olhava atônita ao cenário em volta. O céu escuro, sombrio, as estrelas, o vento frio que lhe cortava a espinha... tudo isso fazia com que a garota mergulhasse no mais profundo desespero silencioso. Ela ainda encarava o buraco negro com alguma esperança que seu amigo retornasse. A ficha ainda não havia caído, porém, fatalmente Edu e Firamon estavam mortos. Nesse instante ela deixa uma lágrima cair. Birdramon regride para Piyomon e fica de pé com dificuldades, observando a tristeza de sua companheira.

Jeff estava ajoelhado com Gomamon nos braços. Ambos estavam feridos. O garoto socava o chão enquanto suas lágrimas molhavam as rochas. Ele se lamentava por não conseguir ser forte o suficiente. Seu parceiro queria animá-lo de alguma forma. Mas como? Naquele momento era impossível.

Duda por sua vez, era mais emotiva. Estava muito transtornada. Gritava muito em meio aos soluços e o choro, seu choro cortava o ar, era um choro de tristeza, um choro melancólico. Então ela em uma ultima tentativa desesperada corre até o buraco, com alguma esperança que seu amigo estivesse vivo.

- Duda, espere! – Lalamon que também havia regredido para sua fase infantil, vai em direção a sua parceira, em uma tentativa de trazê-la a realidade.

- Sai da minha frente! – Muito transtornada, a garota empurra sua parceira que cai no chão, fazendo com que seus ferimentos abram e comecem a sangrar.

- Argh! – Lalamon geme ao cair no chão.

Chegando a alguns centímetros de distancia ela então para e olha para baixo.
As chamas negras que o buraco expelia, eram acompanhadas de fortes rajadas de vento que faziam com que ela fosse arrastada para trás, seus cabelos balançavam e era levada pelos fortes ventos.

- Não pode ser! Edu! – A garota desiste de resistir e vai aceitando o fato de que seu amigo não voltaria mais.

Vendo aquilo, Rodrigo que já estava alterado, larga Jijimon e vai em direção a garota. Mostrando claramente que reprovava algo.

Enquanto isso, Jijimon apenas observava tudo. Estava calado e seus cabelos cobriam seus olhos. Mas mesmo assim, podia-se perceber uma expressão séria e preocupada em sua face.

- Muito bem sua louca, o que pensa que está fazendo ai? – Rodrigo, com um alto tom de voz, falava com Duda.

- Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? – Duda engole o choro e responde Rodrigo com o mesmo tom de voz.

- Alguém que não quer ver outra pessoa morrer aqui! Se você ficar perto dessa coisa você pode ser arrastada!

- Ah muito bem! Falou o responsável! Se você fosse tão forte e responsável assim teria ajudado o Edu na luta! Se você fosse forte o suficiente para acompanhar o ritmo dele, ele não teria morrido! Mas não... você sempre se escondeu atrás dele! Nunca tinha coragem para fazer nada sozinho! – A garota perde a razão e inicia uma discussão.

- Cala essa merda de boca! Sua patricinha fútil! Sempre vive reclamando de tudo e não ajuda em nada. Só pensa em si mesma, desde que chegou aqui continua egoísta mesmo com tudo que já passamos nesse mundo dos infernos!

Ao ouvir isso, instintivamente, Duda dá um tapa no rosto de Rodrigo. Um filete de sangue escorre pela boca do garoto que olha de lado com ódio para Maria Eduarda.

Quando os outros percebem a confusão, correm de imediato para parar a briga.

- Calma pessoal, isso não é hora de brigar! – Jeff segura Rodrigo que já ia partindo pra cima de Duda.

- Brigar não vai levar a nada! É agora que temos que ficar unidos. – Camila detém Duda que já estava vermelha de raiva.
Os digimons observavam tudo com muita decepção. Nunca haviam visto seus parceiros agirem daquela forma. Estavam todos cansados, feridos, e, sobretudo tristes com tudo aquilo.

- Eu não quero saber, eu vou embora! Vou matar esse maldito Kau, e vingar o Edu. – Rodrigo saia andando, muito irritado.

Ele então passa por Gaomon que estava observando tudo.

- Você, vem comigo. – Rodrigo sem nem ao menos olhar para seu parceiro, falava.

Gaomon vendo o estado de seu amigo resolve atender rapidamente e ficar calado para gerar menos problemas.

- Ei Rodrigo! Espere! Onde você vai? É perigoso, volte! – Camila exclamava, preocupada com o garoto.

Mas, de modo frio, Rodrigo vai embora em meio as rochas até desaparecer.

- Eu vou embora também, preciso ficar sozinha. – Duda, com um tom de voz mais calmo e agora parecendo mais triste do que irritada, falava.

- Ei Duda, não vá! – Jeff tenta convencer sua colega.

Porém Duda não dá ouvidos, chega e se abaixa até Lalamon que estava caída no chão, ferida em função do empurrão que havia levado da própria parceira.

- Me perdoa. – Duda cochichava para Lalamon, que via claramente a tristeza da garota.

- Tudo bem. – Responde a digimon, acatando o pedido da garota ao ver o estado da situação.

Duda então põe Lalamon em seus braços e sai pelo caminho oposto ao de Rodrigo.

- Adeus. – Ela se despedia.

Por fim, ficaram Camila e Jeff. Sozinhos, com um sentimento de vazio dentro de seus corações. Jijimon ainda estava lá, quando eles se dão conta disso vão até o ancião e pedem explicações.

- Então, como você explica isso? – Jeff perguntava.
- Mesmo nesse estado você poderia ter ajudado, porque nunca o fez?! – Camila grita, e deixa algumas lágrimas escaparem.

- Nós confiamos em você... Você era como um pai para nós, mas agora... – Piyomon lamentava.

Gomamon apenas vira o rosto, repudiando a figura de Jijimon ali presente. O lendário digimon então surpreende todos com seu modo de falar.

- Não é hora de lamentar a morte de ninguém, se tem forças para fazê-lo, use-a para derrotar o inimigo.

- Como ousa? – Gomamon, vira e fala muito irritado.

- Você não tem o direito de falar isso seu... – Jeff ia proferir algo até que é interrompido.

- Não há tempo para isso. Vou lhes dizer uma ultima coisa. A base do Mestre do Caos fica um tanto distante daqui, mas vocês têm de ir lá e fazer o que é preciso. Chama-se Torre de Babel... lá é onde fica o QG dele, também onde residem todos os seus servos e os generais. Tomem cuidado daqui pra frente, o projeto do Componente Alpha deve estar avançado, então os digimons estarão mais fortes do que nunca. – Dizia Jijimon.

- Ora, você ainda acha que iremos levar a sério o que você diz? – Jeff dizia, e logo em seguida fica um tanto cabisbaixo e fala. – Escuta, Camila, eu sinto muito ter que te deixar sozinha mas...

- O que quer dizer? Você também vai embora? – Camila pergunta.

- Eu não tenho sido um bom parceiro... Gomamon tem sempre sido derrotado e está muito ferido agora por causa disto. Eu quero ficar forte, achar meu caminho sozinho. É uma questão de honra. Espero que entenda, eu sinto muito ter de te abandonar numa hora como essa. – Jeff falava enquanto Gomamon observava tudo.

- Jeff... – Camila compreendia o sofrimento de Jeff.

- Desculpe, mas tenho de ir. – Jeff vai indo até que se vira uma ultima vez. – E quanto a você... nunca mais apareça na minha frente. – Falava o garoto olhando para Jijimon.

- Adeus Gomamon... – Piyomon, triste, se despedia de seu amigo.

- Adeus. – Gomamon falava sem sequer olhar para trás.
- Nós também vamos indo. – Camila dizia enquanto caminhava e passa exatamente ao lado de Jijimon, nesse momento, ela para. – Nunca mais confiarei em você, não brinque conosco dessa maneira.

Depois disso tudo as duas parceiras vão embora, e Jijimon olhava o céu. A noite já estava para acabar. As estrelas se retiravam, a lua estava mais sombria do que o normal. O frio gelado lhe cortava a espinha. E isso só aumentava a dor do ancião.

- Desculpem guerreiros... foi tudo necessário. – Cabisbaixo ele dizia.

Passada a noite, o dia amanhece nublado. Nuvens pesadas nos céus denunciavam que uma grande chuva estava para cair. Não era possível ver o sol, além do que fazia um pouco de frio.

Numa floresta perto da Colina das Trevas Rodrigo estava sentado na grama, atrás dele podia-se ver uma mata fechada, muitos arbustos ao lado das árvores fechavam a paisagem, era um tanto densa e não se via nenhum digimon por ali. Ele estava olhando as águas de um rio que cruzava a região e observava a sua face refletida nas águas. O vento chacoalhava as folhas das árvores e aumentava a sensação de vazio.

- Você está bem cara? Não parece ter dormido bem... – Gaomon perguntara a seu parceiro, claramente preocupado.

- Nem um pouco Gaomon. O que será que vai acontecer daqui pra frente? – Rodrigo falava um tanto pensativo.

- Sempre estarei com você. – Gaogamon mostrava lealdade, enquanto se sentava ao lado de Rodrigo. – De qualquer forma, o que pretende fazer agora?

- Derrotar o Kau. É só nisso que penso.

- Vingança?

- Não... é questão de honra.

- Como assim?

- Tudo começou quando a gente se conheceu...
[FlashBack]

Em um dos corredores do Colégio Avançar um garoto moreno com olhos castanho escuro estava sendo encurralado por um grupo de delinqüentes, como de costume. Era Rodrigo.

- Hora de apanhar, otário! – Falava um dos garotos.

- Como prefere ser espancado? – Outro dizia com um tom de sarcasmo.

Ao total haviam cinco garotos ali. Rodrigo estava sentado no chão enquanto eles formavam um círculo e o rodeavam. O corredor estava deserto. De um lado haviam dois bebedouros, salas de aula só podiam ser vistas no andar de cima, no começo do corredor via-se a escadaria, em si o corredor não apresentava nada, a não ser a sala de registro escolar que sempre permanecia trancada. Além de tudo era bem estreito e pequeno.

- O nerzinho vai se dar mal! Hehe! – Os garotos falavam maliciosamente.

- Saiam daqui! Me deixem em paz! – Rodrigo, que estava com o uniforme da escola que era formado por uma calça, e uma jaqueta de mangas longas cinza com o emblema do Colégio Avançar no peito, falava, tentando sem muito êxito afastá-los dali. Isso de lado, Rodrigo também tinha uma aparência mais jovem, vendo por cima pode-se apontar que tinha nove para dez anos.

- Vamos te deixar em paz... mas só depois te de espancar e pegar o teu dinheiro. – Um garoto alto, de cabelos loiros e olhos azuis e de físico forte falava. Aparentava ser o líder do grupo. Tinha uma cicatriz em forma de ''X'' acima do olho.

Em seguida, o espancamento começa. Os cinco garotos começam a dar pontapés e chutes em Rodrigo, que se protegia colocando as mãos na cabeça. Os golpes eram dados com muita força e já começavam a acertar o rosto de Rodrigo, que já não conseguia se proteger.

Enquanto isso, um rapaz que aparentava a mesma idade do parceiro de Gaomon, subia as escadas. Tinha cabelos negros bagunçados, trajava além do uniforme escolar, uma camisa branca por dentro da jaqueta e um tênis azul. Era branco e tinha olhos castanhos, um pouco maior que Rodrigo.
- Isso... subir o mais calmamente possível. Afinal, pra quê pressa? Vou tirar um ronco aqui no corredor e depois voltar, o registro escolar sempre tá fechado mesmo. – Dizia o garoto.

Porém, ao subir as escadas e dobrar para o corredor, cuja sala ficava no final, via Rodrigo sendo espancado pelo grupo de delinqüentes.

- Opa, uma briga. Tá pra mim! – Falava o garoto, que ia correndo em direção a Rodrigo e aos outros.

O menino então corre e aplica uma voadora nas costas de um dos cinco garotos, que cai com a cabeça no chão e fica inconsciente.

- Um já foi, faltam quatro. – O menino dizia, sob os olhares impressionados de Rodrigo.

- Quem é você moleque? Quer apanhar também? – O maior do grupo, o líder, falava.

- Cai dentro tio! – Ele provocava. – E tu ai cara? Tão te batendo, vai fazer nada não?

- Vou... – Um tanto inseguro, Rodrigo se levanta e fala.

- Então vem logo! – O garoto falava.

[FlashBack]

- E ai, o que aconteceu depois? – Gaomon perguntava.

- Ai que começa a parte boa, a gente partiu pra briga. Foi a primeira vez que eu lutei realmente. – Rodrigo completava.

[FlashBack]

- Pra cima deles! – O líder do grupo exclamava.

- É agora parceiro! – O outro garoto que veio ajudar Rodrigo falava.

Então uma luta se inicia. Rodrigo pela primeira vez via que tinha força suficiente para confrontar seus inimigos. Em pouco tempo, ele derruba os dois meninos que estavam lutando contra ele. Para se defender, aplicava vários chutes que acertavam a barriga dos outros garotos. Os adversários do parceiro de Gaomon iam em direção a parede, mas como eles eram maliciosos e usavam pequenas lâminas redondas, tinham cortado Rodrigo em várias partes, mas mesmo assim, caíram derrotados. Porém como resultado, Rodrigo estava todo machucado e ferido. Sem forças, ele então cai sentado no chão. Ao olhar para a frente vê seu novo amigo lutando contra o líder do grupo enquanto o outro oponente havia sido derrotado.
O delinqüente mostra muito mais força, defende os vários golpes que lhe eram aplicados. Em seguida, segura o novo amigo de Rodrigo pelo pescoço e o levanta, encostando seu corpo na parede. A partir daí, o meliante começa a apertar e sufocar o garoto, que tentava resistir segurando as mãos de seu adversário, quando já estava quase totalmente sem ar, ele deixa as mãos caírem e faz um último apelo para Rodrigo. Com o dedo indicador ele lhe mostra uma das lâminas no chão e faz sinal para Rodrigo jogar a mesma.

Fazendo um ultimo esforço, Rodrigo atira a lâmina suavemente, para o outro aluno não perceber, e também para não cortar a mão de seu novo amigo. Após pegar a lâmina, o garoto finalmente define a luta.

- Agora você já era! - Exclama o novo companheiro de Rodrigo.

- O que? – O aluno rebelde não entende e se distrai.

Em seguida, o garoto usa a lâmina para cortar o ombro do oponente, que o solta e logo depois recebe um chute forte no rosto, que o faz cair inconsciente.

- Ufa! Essa foi por pouco, se você não tivesse me ajudado eu estaria frito! – Depois de derrotar o líder do grupo, o menino se senta no chão, ao lado de Rodrigo.

- Obrigado cara, você me salvou. Alias, como você se chama?

- Meu nome é Eduardo, mas pode me chamar de Edu.

[FlashBack]
- A partir daí, nós ficamos muito amigos... – Rodrigo suspirava, lembrando dos bons momentos ao lado de seu amigo.

- Agora entendo porque vocês eram tão apegados. – Gaomon observava.

Enquanto isso, Rodrigo estava confuso, e se perde em seus pensamentos.

- Porque será que viemos parar nesse mundo maluco? Porque temos de passar por tudo isso? Agora o Edu está morto, e eu nem mesmo sei se vou poder voltar pra casa. E mesmo que eu volte, talvez nunca mais seja eu mesmo novamente. Se encarássemos isso de um jeito mais sério no começo... Aceitamos tudo isso numa boa, pensamos que estávamos em um jogo de RPG ou algo do tipo. Agora vejo que esse erro foi fatal. E o Edu teve que pagar por isso... Ou então vai ver a gente morreu naquele redemoinho e Deus está brincando com nossas almas. Bah! Eu não sei mais o que fazer. – Rodrigo pensava, claramente confuso.

- Rodrigo... você está bem? – Gaomon colocava a mão no ombro de seu parceiro e falava.

VUARHGHT!

De repente, um vórtice de vento arrasta arbustos e árvores atrás dos dois companheiros e um ser aparece coberto pelas sombras.

- Destruir...

To be Continued.


Vish, fodeu pra eles! Grupo separado, lider morto, geral depressivo... E ainda vem inimigo atrás de inimigo! Semana que vem tem mais um capitulo dessa aventura: Meu Amigo, meu Aliado, meu Companheiro!


OSB Inutil - Sempre que eu leio companheiro nesse titulo eu penso é no Lula auhsuhauhsuha Agora imaginem o Lula no mundo digital.

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