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[11/02/2008]
Tristeza... Dor... Decepção... Tudo isso Ana sentia quando estava andando sozinha pela
rua. Sem rumo ela continua andando... Ela para em uma praça e senta. Algumas horas
depois Ness encontra sua amiga desolada...
- O que foi Aninha? – Pergunta Ness.
-... – Ana fica sem resposta.
Vendo que sua amiga não vai respondê-lo, Ness fica abraçado com ela tentando
consolar. Ele então a leva para sua casa. Chegando a casa ele dá um copo d’água e
espera ela se acalmar. Ana se acalma um pouco e fala...
- Meu PET morreu... – Ana fala soluçando.
- Morreu? Como?
- De fome...
- Mas como foi isso? O seu irmão não cuidou do teu bichinho?
- Não! – Ana volta a chorar.
- Calma menina. É só apertar o reset que ele volta.
- Mas esse é o problema. O PET não presta mais!
Mesmo com dificuldades, Ana conta o que ocorreu na casa dela. Ness não acredita que
isso tenha acontecido.
- Mas ainda dá para consertar, não? – Pergunta Ness.
- Acho que não! Mas mesmo se ajeitasse, vou continuar triste com meu irmão.
Depois de um tempo Caio chega à casa de Ness. Ele também vê que Ana estava triste e
também consola sua amiga.
- Ness temos que dar um jeito nisso. – Diz Caio.
- Sei disso. Mas antes temos que animar ela. – Fala Ness olhando para Ana.
Os dois meninos ficam tentando animar Ana sem sucesso. Eles ficam sem ter o que
fazer para fazer Ana parar de chorar.
Em outro bairro de Fortaleza, Nick e Lia ficam procurando algo na casa...
- Lia já achou meu PET? – Pergunta Nick.
-Ainda não! – Responde Lia.
“Aff! Ele devia era esquecer dele. Posso achar esses PETs até fofinhos, mas se ele
perdeu não deveria perder tempo procurando.” Pensa Lia.
Lia e Nick ganharam seus PETs no aniversário. Apesar de alimentarem eles e tal, os
dois não se interessam muito por ele. O motivo pelo qual Nick está procurando o seu V-
PET é para não chatear seus pais.
No dia que Nick perdeu seu PET ele deixou em cima da mesa do computador. Saiu por
alguns instantes para abrir a porta de casa e quando voltou o PET não estava mais lá.
Nick procura por ele há dois dias.
- Argh! Quer saber? Vou dar uma volta. Talvez eu consiga lembrar onde deixei ele se eu
me acalmar um pouco.
- Vai lá. – Diz Lia.
Então Nick anda pelas ruas e tenta desopilar. Nisso uma criatura segue Nick...
- Então é esse cara que o chefe estava dizendo? Não entendo... Porque ele é importante?
– Pensa a criatura em forma de vela...
Candmon: Um Digimon Novato/Criança (Rookie/Seichouki). Ele ataca com cera quente
e cuspindo fogo em cima de seus inimigos. Seu ataque mais forte é a Fogueira (Bonfire).
- Tá certo, se o mestre quer que eu acabe com ele então... Fogueira! – Candmon lança
seu ataque em Nick, que numa fração de segundos é apagado com um golpe de outra
criatura com aparência de um pequeno dragão com a cor azul escura e com um v na
testa.
Nick percebe o que está acontecendo e se assusta.
- Não tenha medo Nick, sou seu amigo e vou lhe proteger. Eu sou V-mon!
V-mon: Um Digimon Novato/Criança (Rookie/Seichouki). Um pequeno dragão muito
corajoso e amigável. Seu ataque mais forte é a Cabeçada V (V Head).
- Soco V. – V-mon acerta o golpe em Candmon, que sem saída foge dali.
- Não estou entendendo... Porque você me salvou? - Pergunta Nick.
- Já disse Nick, sou seu amigo.
Nick não compreende porque V-mon disse isso. Mas ele já tem uma idéia do por que...
Na casa de Mateus a mãe dele continua brigando com ele...
- Que coisas foram essas que você ficou sabendo? – Pergunta Mateus.
- Fiquei sabendo que você estava sendo preconceituoso com algumas pessoas do
colégio. Pelo que me lembre não foi essa a educação que lhe dei! – A mãe de Mateus
estava andando de um lado para o outro.
- A não! Aquele balofo foi me endedar!
- Como é? Chamou quem de que? O que é isso? Que falta de respeito é essa com as
pessoas?
-... – Mateus fica olhando para sua mãe sem resposta.
- Heitor é o nome dele. E, aliás, não foi só ele. Foram outras pessoas que reclamaram lá
na coordenação ai as mães dessas pessoas ficam falando poucas e boas para mim. – Ela
se levanta e pega um espelho e mostra a Mateus. – O que você vê ai?
Ele se vê no espelho. Sua imagem era normal. Mas segundos depois vê que sua imagem
começa a distorcer. Ele fica horrorizado com sua imagem distorcida.
- Olhe para você e me responda: o que faz de você melhor do que o Heitor? O que faz
de você melhor do que o PET de Ana? O que faz de você melhor do que alguém? – Ela
começa a chorar. – Mateus entenda uma coisa... Não é só porque você sofreu pelo fato
de ser negro é que pode descontar no resto do mundo. Diferente disso era para você ser
maior do que o preconceito. E não fazer parte dele ciclo horrível.
Mateus lembra dos tempos de criança e começa a chorar. Lembra que era alvo de
brincadeiras racistas na escola. Lembra que quase não tinha amigos. Lembra que apesar
de tudo isso era uma pessoa alegre e bem educada. Respeitava os amigos e sua família.
Mas porque Mateus mudou de atitude quando cresceu?
- Meu filho, eu sei que as pessoas mudam. Mas o jeito que você mudou me entristece.
Você não respeita mais nossa família. Não respeita as pessoas. Só respeita seus amigos
idiotas, diga se de passagem. Eles são uns bandos de irresponsáveis que só vivem
mexendo com os outros e não tem perspectiva de vida. Traduzindo: bando de
vagabundos. Agora você idolatra tanto eles e os respeita, será que eles te respeitam ou
tem medo de você por que você é forte fisicamente? Será que eles não dizem nada
racista na sua frente por que você pode bater neles se o fizerem? Será que eles te
aceitam do jeito que você é ou fingem te conhecer?
Essas perguntas caem na cabeça de Mateus como um raio. Ele parece que acordou para
a vida e lembra que muitas vezes seus ‘amigos’ eram preconceituosos com ele, mas
nunca falavam na cara de Mateus. Ele ficava sabendo pelos outros e nunca dava
importância, pois sempre achava que era mentira dos outros.
Daniel, o melhor amigo de Mateus, sempre falava que os ‘amigos’ da academia não
prestavam. Mas Mateus nunca dava ouvidos. Aliás, Mateus tratava muito mal ele e
Daniel sempre estava lá para acolher seu velho amigo quando estava com problemas.
“O que eu fiz nesses anos todos? Por que eu fiquei assim?” Pensa Mateus.
Daniel, Heitor, Juliana, Ana, o PET de Ana... Quantos mais ele vai fazer sofrer para
acordar?
- O que difere você do Heitor? Somos todos iguais. Não importa se somos negros ou
brancos, gordos ou magros, altos ou baixos, feios ou bonitos, nordestinos ou do sudeste.
O que importa é somos brasileiros. E não vai por que sou negra é que serei menor que as
outras pessoas, e não é porque o Heitor é mais ‘cheinho’ que você é que seja menor que
os outros. Todos somos bons do jeito diferente.
Mateus fica sem palavras e vê que cometeu vários erros. A mãe finaliza o que estava
dizendo...
- Agora meu filho se você entendeu o que eu disse vá procure as pessoas que você fez
sofrer e peça desculpas. – Ela abre a porta. – Mas se ainda não caiu à ficha só lhe digo
uma coisa: Não seja negro de alma branca [1].
Então Mateus vai atrás de Ana, mas não encontra em casa. Ele se desespera e começa a
procurar pela rua. Depois de muito tempo não acha e fica desolado.
“Será que aconteceu algo com Ana? Se tiver acontecido, não vou me perdoar pelo resto
da minha vida.”
Ele continua procurando e não acha. Depois de duas horas ele para e soca a árvore...
- Me perdoe Ana! Me perdoe Daniel! – Na casa de Mateus o PET começa a brilhar.
Mateus grita: - PORQUE MUDEI DESSE JEITO? PORQUE FUI ME TORNAR UMA
PESSOA DIFERENTE? POR QUÊ?
Então do PET sai uma luz tão forte que brilha o quarto todo. A mãe de Mateus se
assustou com o que viu... Um ovo sai do PET e ele para de brilhar...
- Mas o que é isso? – Se pergunta.
Apesar do medo inicial ela sente que aquilo não era perigoso. Nisso Mateus senta no
chão e começa a chorar. Ele já pensa que algo de ruim aconteceu com a Ana. Minutos
depois ele a vê e seus amigos andando. Foi como um raio de sol brilhando forte. Ele
corre e abraça sua irmã, que não entende o que aconteceu...
Fim do Episódio...
Legenda
[1] Essa parte foi inspirada uma música de Jorge Aragão: Identidade.
Não perca o especial: "Histórias da meia-noite" á meia-noite ;D
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