quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Digimon Extreme: Episódio 16 - Posto à Prova

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No alto da torre estavam Kau e Devidramon, imponentes como sempre. Todos já estavam abatidos e caídos no chão. A força esmagadora e a frieza do garoto eram simplesmente espetaculares. Sua habilidade na luta era fantástica, apesar dos esforços de Rodrigo, ele não conseguia fazer com que seus planos os levassem a vitória, a essa altura ele já havia abandonado toda a lógica e raciocínio, agora tudo era uma questão de honra.

A noite teima em persistir, arrasta toda a existência para as trevas. No céu não havia estrelas, muito menos a lua. Nenhum sinal de luz. Do alto da grande torre, naquela gigantesca arena redonda, tudo estava decorado conforme o gosto de Kau, ou seja, estava enfeitado com o sangue dos escolhidos. Todos estavam caídos com seus parceiros totalmente sobrepujados, Rodrigo e Gaogamon ainda estavam em pé. Mas eles lutavam arduamente para ficarem conscientes. Por outro lado, Kau simplesmente observa-os com imenso desprezo. No final, ele esperava uma luta mais parelha, uma luta mais emocionante, mais divertida. Porém, não foi isso que aconteceu.

Toda aquela arena circular era formada por rochas, essas mesmas rochas estavam em ruínas, e nelas estavam cravados os digimons dos escolhidos. Todos já haviam regredido. Ao seu lado, estavam seus parceiros, atônitos e impotentes, sem poder fazer absolutamente nada diante daquilo. Mais embaixo, passando pelas arquibancadas e pelo muro que a separa da arena estavam Kau, Devidramon, Rodrigo e Gaogamon. Aquele lugar que foi projetado simplesmente para a luta já estava completamente destruído. O sangue que escorria pelos olhos de Gaogamon tingia a paisagem de escarlate e denunciava que o fim estava próximo.

- Nunca vamos nos render! Não pense que isso terminou! – Rodrigo exclamava com determinação. O garoto estava muito ferido. Vários cortes em seu corpo mostravam o quanto ele já havia sofrido.

- Está enganado. – O vento batia nos cabelos loiros de Kau, ao olhar em seus olhos, Rodrigo sente o verdadeiro desespero. – Em um jogo, os piões são inevitavelmente deixados pelo caminho. Não culpe seu próprio destino. – O garoto falava com uma assustadora calma.

- Como é? – Gaogamon se irrita pelo seu parceiro. Apesar de seu corpo ferido, dos inúmeros cortes, do sangramento, e da sensação de derrota, a fúria se sobressai a tudo e o faz recuperar a determinação de que procurava.

O quadrúpede então range os dentes e parte contra os seus inimigos. Antes mesmo de chegar até Devidramon, a cauda do grande demônio o atinge fazendo-o se chocar contra a parede que separa as arquibancadas da arena, sendo encoberto por várias rochas.

- Vamos Gaogamon! Lute! Vamos! Lute! – Rodrigo gritava.

- AAAAARRRRRRGGGGGGHHHHHH! – Gaogamon fazia o lugar estremecer com seu rugido. Ele atira as rochas longe o olha com fúria para Kau e Devidramon. – Não morrerei aqui... são vocês quem tem que pagar!

- Exato... vão aprender que uma vida humana... a vida do Edu... NÃO FOI EM VÃO! – Rodrigo, deixando toda sua ira falar mais alto, instiga seu digimon a partir para o ataque mais uma vez.



- Rajada de Tornados! – Da boca de Gaogamon é disparado um tornado com correntes de ar estupidamente fortes que ia em direção a Devidramon.

Dessa vez, ao invés de ficar no lugar e apenas disparar o golpe, Gaogamon vai indo em direção ao seu adversário e forçando o ataque. Toda sua determinação faz surgir uma espessa aura azul que cobre o corpo do digimon enquanto ele parte para o ataque.Por outro lado, o digivice de Rodrigo começa a vibrar e torna-se totalmente azul, além de emitir um forte brilho.

- Não vai dar certo! Garra Vermelha!

O digimon do Mestre do Caos usa suas garras e também vai em direção a Gaogamon e vai rasgando as correntes de ar. Surpreendentemente, ele também começa a emanar uma aura em volta do corpo. Porém, esta aura tinha cor preta.
Por fim, Devidramon desfaz totalmente o ataque de Gaogamon.

Os dois vão se aproximando até se chocarem. Era um choque de cabeça com cabeça, testa com testa. Os dois se encaravam e trincavam os dentes com um espírito de luta nunca antes visto. Então as auras se expandem e começam a vibrar de um modo que lembram chamas. Então toda a arena é tomada por elas. Metade de cor negra e metade de cor azul. A tensão no local do choque era imensa, desse ponto era emitido fortes rajadas de vento. Rodrigo se segurava para não ser jogado longe. Kau por outro lado se mantinha firme e forte, permanecia de braços cruzados e calado.

- V-vai... VAI GAOGAMON! – Jeff gritava, incentivando o parceiro de Rodrigo. – Vamos, se não apoiá-lo agora, quem o apoiará?

- É... tem razão... PEGA ELE GAOGAMON! – Duda também exclamava.

- ACABA COM ELE GAOGAMON! – Camila também falava.

Todos estavam ao lado de seus digimons abatidos, mas mesmo assim continuavam a manter a fé em seu amigo.

- Isso vai terminar agora Kau! E eu... não... nós vamos acabar com você! – Rodrigo, que agora estava muito determinado, dizia.

Por outro lado, Kau ao invés de responder ou gritar, permanecia calado e observando tudo, mas não deixava de ter uma expressão confiante.

Chega um ponto em que a tensão é tão grande que todos, exceto Kau, não conseguiam ficar totalmente eretos. Ficavam um tanto inclinados e com apenas um olho aberto. A pressão da colisão dos poderes fazia o corpo de Rodrigo sangrar e vários ferimentos eram abertos. Logo, manchas de sangue surgiam em sua roupa. Os dois digimons não perdiam a concentração por um segundo sequer. Qualquer descuido seria fatal naquele momento. A situação permaneceu dessa forma durante alguns minutos, até que finalmente ocorreu uma explosão.

Mas não foi uma explosão qualquer. Um pilar de energia subiu da arena e logo em seguida um estrondo muito grande aconteceu, levantando uma nuvem de poeira muito espessa. Essa nuvem não permitia que ninguém pudesse ver o que acontecia. Após alguns minutos, finalmente pode-se ver o que havia acontecido.

- Me perdoe Rodrigo... eu fiz tudo que podia... – Gaomon estava no chão, abatido e com muitos ferimentos pelo corpo, o sangue jorrava e escorria pelas frestas das rochas.

Devidramon estava firme de pé e observando tudo. Rodrigo estava suspenso pelo pescoço por Kau. Os dois estavam no limite da arquibancada, sendo que Kau ainda pisava em solo firme, e a única coisa que fazia com que Rodrigo não caísse no precipício abaixo era o fato de que Kau o segurava. O precipício era extremamente grande, tanto que não se conseguia ver o fundo dele, apenas nuvens eram vistas abaixo do garoto.

- Você... nun...ca... vai... vencer! – Rodrigo pronunciava com dificuldades enquanto Kau forçava seu pescoço. O escolhido olhava para o rosto do seu oponente. Ele era frio e calculista, o vento soprava e balançava sua imponente capa, seu olhar era determinado e firme, tinha certeza de sua vitória. Nesse instante, Rodrigo vê que não há mais salvação, tudo terminaria ali.

- Durante a queda desse precipício, que é muito longa por sinal, você vai poder refletir sobre sua miserável vida, e vai compreender o que culminou em sua infantil morte: o estúpido ato de me desafiar. – Kau falava, enquanto Rodrigo apenas o observava. Seu olhar determinado já o havia deixado, suas esperanças haviam sido consumidas. Naquele momento estava claro, era o fim.

- Acabe... logo... com isto. – O escolhido, em seu momento de desespero, pronunciava com dificuldades para Kau.

- Finalmente entendeu... infelizmente para você, foi tarde demais. Lamente a fraqueza que trouxe você a este fim.

Kau então larga Rodrigo e o garoto cai, com uma horrível expressão de desesperança em sua face.

- NÃO, RODRIGOOOOOOOOO! – Todos os outros escolhidos gritavam desesperados.

[FlashBack]

- Esse mapa será de suma importância para entrarmos na torre. – Rodrigo comentava.
- Tem razão, tivemos sorte de achar aquele guarda trocando de turno e pegar o mapa que estava com ele. – Gaomon, que estava ao lado de Rodrigo, respondia.

- Mas como eu já esperava, esse é apenas o mapa dos arredores e que mostra apenas as entradas. Deve haver várias portas secretas. Além do que, não sabemos de nada sobre o interior da torre. – O garoto falava observando o pedaço de papel que estava em sua mão.

Os dois companheiros estavam em uma floresta às margens de um rio. Essa floresta ainda parecia ser a que eles estavam desde a aparição de BlackTailmon. Eles estavam agachados junto a uma árvore. O sol estava prestes a se por, e eles observavam o local que planejavam invadir. A frente da floresta havia um rio, acima dele uma grande ponte metálica, esta ponte tinha um verdadeiro esqueleto de aço que dava a ela a sustentação necessária para ficar sobre as águas. Após passar pela ponte se chegava ao QG do Mestre do Caos,ou Torre de Babel como era conhecida pelos digimons da área que ainda tinham alguma resistência as ordens de Kau.

A construção era enorme. Possuía uma torre ao meio que não era muito larga, porém bastante alta. Todo aquele lugar era feito a base de metal. Ao redor da grande torre, haviam várias subdivisões se estendendo pelos lados, eram vários cômodos espalhados em torno da torre, que aparentemente funcionava como centro de distribuição de informações no local. Tinha uma aparência um tanto amedrontadora, toda a superfície metálica, o "ar pesado" que os arredores tinham faziam com que aquele lugar fosse evitado a todo custo pelos digimons.

- Olhe Gaomon, podemos entrar por aqui. Mas teríamos de causar alguma distração na parte da frente. – Rodrigo analisava, enquanto apontava para o mapa e gesticulava algumas possíveis estratégias.

- Rodrigo... – Gaomon cutucava seu parceiro enquanto o mesmo estava distraído com seus pensamentos.

- O que foi? – Diz o garoto.

- Olha. – Gaomon puxava a cabeça de Rodrigo para uma certa direção e apontava algo.

Eram Camila, Piyomon, Duda e Lalamon que estavam vindo. Ao ver os garotos, Camila corre para falar com eles, Piyomon veio atrás, enquanto Duda e Lalamon ficaram atrás, elas vinham se aproximando lentamente. Estranhamente, Maria Eduarda tinha uma expressão um tanto triste, ou receosa em sua face. Rodrigo então abraça fortemente Camila, e Piyomon cumprimenta alegremente Gaomon.

- A quanto tempo! Eu fiquei com medo que ao nos separarmos alguém pudesse se machucar ou até mesmo morrer. – Camila, muito mais aliviada, estava contente por ver seus amigos novamente.

- Você me conhece, eu não iria morrer tão facilmente. Certo, Gaomon? – Rodrigo, que também estava bastante feliz, falava ao seu parceiro.

- Claro. – Respondia o digimon,que mostrou um raro sorriso em seu rosto sério.

-... Oi. – Duda saudava timidamente Rodrigo, enquanto Lalamon falava com Gaomon.

- E ai. – O garoto respondia.

O clima entre os dois evidentemente não era muito bom. Gaomon, por sempre ser o mais sensato, propôs aos outros para se afastarem e deixarem os dois conversarem a sós.

- Olha... eu queria me desculpar por antes. Fui muito grosseira e disse coisas que não devia ter dito. A raiva e o desespero me subiram a cabeça e eu não fui correta com você... me perdoa. – Duda falava um tanto cabisbaixa, com um tom de voz baixo, seus olhos estavam lacrimejando.

- Eu também estava querendo resolver isso o mais rápido possível. A gente já se conhece a um bom tempo, e eu não queria ficar desse jeito com você. Até porque eu também te devo desculpas, falei coisas que não devia. A situação era complicada, mas de qualquer forma, eu não deveria ter dito o que eu te disse. Peço desculpas também. – Rodrigo fala firme, porém estava nitidamente emocionado e com lágrimas nos olhos.

Os dois se olham fixamente durante alguns segundos, esse pequeno intervalo de tempo pareceu uma eternidade para os dois. Puderam refletir sobre o que fizeram e retomar a sua forte amizade. Naquele momento, palavras não eram mais necessárias, os dois se abraçam fortemente. Duda apoiava sua cabeça no ombro do garoto enquanto chorava bastante, chegando a encharcar a blusa de Rodrigo. Por sua vez, o menino a acariciava, com o queixo sobre a cabeça dela, ele estava de olhos fechados, porém as lágrimas desciam em grande freqüência. Os dois permaneceram assim durante um tempo, até que controlaram um pouco suas emoções e selaram a volta de sua amizade com um bonito gesto: ambos baixaram a cabeça e encostaram suas testas, os olhos de ambos estavam fechados, mas isso não tinha importância naquele momento, a emoção já havia falado mais forte. Camila, que olhava tudo de perto com os digimons chorava ao ver aquilo, mas era um choro de felicidade, o sorriso puro em seu rosto deixava isso evidenciado.

Passado alguns minutos após todos se recomporem, todos se sentam no chão e se alimentam com algumas frutas que estavam em um canto, aparentemente foram apanhadas por Gaomon e Rodrigo, em seguida as garotas falavam de suas experiências para o Rodrigo.

-... Então quando o clarão cessou, a Aquilamon tinha sido derrotada, e Piyomon estava caindo, eu então corri e peguei ela, mas logo em seguida uma grande tempestade de areia veio em nossa direção. Nós apenas nos deitamos sobre a areia numa tentativa maluca de nos salvarmos, eu estava quase perdendo a consciência quando vi o digivice brilhar intensamente. Quando eu acordei, estávamos a salvo e pouco tempo depois achamos uma floresta, onde encontramos a Duda e a Lalamon. – Camila, que gesticulava com as mãos para explicar o que havia ocorrido, falava a Rodrigo.

- Lembro também que, ao acordarmos, toda a sensação de fome, cansaço, fadiga muscular entre outras coisas, sumiu completamente. – Piyomon complementava.

- Compreendo... realmente há um certo mistério sobre o poder desse aparelho. Creio que Jijimon saiba algo sobre isso, mas também tenho a impressão de que não o veremos antes de resolvermos isso. – Rodrigo analisava.

Após Camila, foi a vez de Duda relatar o que havia acontecido com ela e sua parceira.

-... Após derrotarmos o inimigo, estávamos muito cansadas e com fome também. Andamos durante um tempo até encontrar a Camila e a Piyomon. Caminhamos por algumas horas... creio que se eu não estivesse com a Camila, não teria resistido. Eu e Lalamon estávamos detonadas, mas quando achamos as duas tivemos onde nos apoiar nas horas difíceis. Foi depois disso que encontramos um vilarejo. Era um vilarejo de Gabumons. Lá nós pudemos nos alimentar e curar os ferimentos dos digimons, além disso, foram eles que nos informaram onde ficava a torre. Eles são digimons muito bons. – Duda relatava.

- Hum... bem, acho que vocês duas perceberam que os digimons que enfrentamos eram muito poderosos, certo? – Rodrigo falava enquanto olhava para as garotas.

- Sim. – As duas respondem positivamente com a cabeça.

- Eu e Gaomon lutamos contra um oponente poderoso, assim como vocês. O diferencial é que ele fez uma revelação preocupante. Todos os digimons que foram enviados contra nós eram um teste.

- Um teste? – Os outros, exceto Gaomon, perguntam.

- Exato. Um teste do protótipo do Componente Alpha. Tecnicamente falando, ele maximiza os principais atributos dos digimons, além de eliminar fatores decisivos como cansaço e fadiga. E o pior de tudo é que o Componente Alpha que nós enfrentamos antes... está bastante longe de ser a versão final.

O espanto de todos após essa revelação foi notável. Os olhos das garotas e suas parceiras se arregalaram instantaneamente.

- Mas... nós sofremos tanto para derrotá-los... – Camila observava.

- E eles foram apenas um teste... – Lalamon também comentava, visivelmente desapontada.

- Não se preocupem com isso, podemos vencê-los. – Rodrigo interrompia à proporção que estendia o mapa e explicava o que tinha em mente. – Observem bem, este é o mapa que consegui. Ele mostra apenas as entradas, além do que, eu acho que há várias passagens secretas no meio disso tudo, mas temos de trabalhar com o que nós temos.

- Sim. – Todos concordam.

- Eu observei cautelosamente a ponte que dá acesso à torre, e descobri que ela tem uma falha na viga de sustentação inferior direita. Podemos utilizá-la para uma eventual distração. Pensei em destruirmos a viga e causar um envergamento para atrair a atenção deles. Assim, nós poderemos entrar pelos fundos, pelas entradas A e B. – Fala Rodrigo, apontando demarcações que tinha feito no mapa. – Aliás, para a distração um digimon aquático seria ótimo, vocês não encontraram Jeff e Gomamon?

- Não vi o Jeff quando estive no deserto. – Camila respondia.

- E nada do Gomamon também. – Piyomon completava.

- Bem, não vimos nem sinal deles enquanto estávamos na floresta. Agora que você falou... será que aconteceu alguma coisa? – Duda questionava.

- Creio que não. Eles queriam ser mais fortes, e mais cedo ou mais tarde chegarão aqui. – Interrompe Rodrigo.

- Bem, entenderam o plano? – Gaomon questionava.

- Sim! – Todos respondiam.

- Ótimo. O que devemos fazer agora é terminar de comer e irmos logo. Ficar aqui é arriscado. – O parceiro de Gaomon dizia.

Em um amontoado de folhas, estavam várias frutas, que foram rapidamente devoradas pelos digimons e pelos garotos. Rapidamente eles se preparam e vão indo para suas posições. O sol estava a ponto de se despedir dos céus, um tom alaranjado cobria a floresta, por entre as frestas dos galhos das árvores passavam os últimos raios solares do dia que iluminavam tudo até tocar o solo. Esse então foi o fato que marcou a partida dos escolhidos.

- Hora de evoluir pessoal! – Duda exclamava, enquanto amarrava os longos cabelos loiros.

Gaomon digivolve para... Gaogamon!

Lalamon digivolve para... Sunflowmon!

- Sua vez Piyomon! – Alertava Camila.
-
Sim! – Com um rápido aceno com a cabeça, a digimon ave concordava.

Então Piyomon parte sorrateiramente entre as árvores e as folhagens deslizando por entre alguns trechos e voando em meio aos longos galhos até chegar à base inferior da ponta do pilar direito da torre. Enquanto isso, Duda já se acomodava nas costas de Sunflowmon e Camila e Rodrigo subiam nas costas de Gaogamon, para começarem a se dirigir aos fundos assim que Piyomon terminasse com a distração.

- Vamos conseguir a tempo? Tem certeza de que dar a volta até chegar aos fundos pela floresta não vai ser uma perda de tempo muito grande? – Duda questionava.

- De forma alguma. Estive aqui durante um tempo planejando cuidadosamente isso, eu trilhei um atalho. – Rodrigo respondia de forma firme.

Voltando ao pilar da ponte, Piyomon chega às margens do rio, e espera um digimon não identificado, provavelmente um guarda, atravessar a ponte. Isso levou alguns segundos. Ao observar o movimento e perceber que era seguro, ela então dispara um Furacão Espiral em direção a uma viga de ferro comprometida. Um mini-tornado espiral de energia então vai girando cortando o ar até atingir a viga, criando um estrondo e um agudo envergamento da ponte naquele trecho. Ela então volta como uma flecha por entre as árvores, o mais silenciosa possível, sem sequer fazer barulho ao aplicar rasantes por entre os galhos, e volta rapidamente ao local onde seus amigos estavam.

- Voltei! Voltei! – Exclama a digimon caindo agilmente no colo de Camila.

- Ótimo, agora vamos à fase dois! – Gaogamon exclamava.

- Sim, vamos! – Todos respondem.

Camila, Piyomon e Rodrigo partem de imediato com Gaogamon, que os levava em suas costas, à medida que Duda também estava sendo carregada por Sunflowmon, a menina se apoiava nas costas da rápida digimon, abraçando-a e se protegendo dos galhos que vinham pelo caminho.

Os dois digimons então vão correndo por entre a mata, levantando algumas folhas pelo caminho, um forte vento começava a soprar na área, isso fazia com que os galhos começassem a ser agitados e os garotos protegiam o seu rosto com um braço estendido sobre o mesmo. Além disso, seus cabelos chacoalhavam sob a ação do ar.
Quanto mais eles avançavam, um ruído aumentava de volume. Lembrava um zumbido, um exame de abelhas. E de fato, eram abelhas. Ao longe, podia-se ver uma nuvem amarela se aproximando. Era um grande grupo de Fanbeemons.

Fanbeemon
Nível: Novato
Descrição: Pequena abelha de cor predominante amarela. Fanbeemon possui pequenas asas negras em suas costas. Na parte inferior, o abdômen, é basicamente amarelo e tem forma rechonchuda, com listras horizontais marrons, e pequenos chifres distribuídos pelas laterais. O ferrão é cinza e pontiagudo. Já os seus pequenos braços são formados por um pelo amarelo no "ombro”, seu antebraço é fino e de cor marrom escuro com listras pretas. Por fim, a parte inferior dos braços possui um pelo amarelo com uma garra marrom.
Golpes: Chamada 88, Tiro da Engrenagem.

- Como esperado! Vamos nos separar e entrar pelas entradas que eu designei! – Rodrigo exclamava.

- Certo! – Duda e Lalamon concordavam.

Logo os dois digimons desviam sua rota. Gaogamon cruza a esquerda e entra em um bosque, onde já se podia ver partes da construção de metal no alto. Sunflowmon por sua vez ia em direção à direita, adentrando em outro bosque e correndo por um corredor de árvores de troncos grossos. O enxame logo se divide e continua a caça aos dois grupos. A perseguição era acirrada, do lado de Duda e Sunflowmon, o enxame vinha a toda velocidade os seguindo por trás, então em um rápido momento Sunflowmon roda os calcanhares e se vira com seu rosto reluzindo e dispara um largo e poderoso raio que atinge todo o grupo de abelhas, enquanto isso ela exclama algo como Feixe de Luz Solar, após isso, elas retomam rapidamente a caminhada.

Já no grupo de Gaogamon, as abelhas estranhamente tinham sumido. Eles passavam por um trecho muito apertado, com muitas árvores em volta, além disso o vento que continuava a soprar forte dava a impressão de que as Fanbeemons poderiam aparecer de qualquer lugar a qualquer hora. Até que de repente, o ataque finalmente acontece, várias abelhas saem rapidamente dos galhos das árvores e a ação de Gaogamon é instantânea, ele gira o seu corpo e abre a boca disparando um forte tornado que se alarga e atinge os inimigos e as árvores, em função disso, além das Fanbeemons, algumas árvores ficaram estiradas no chão enquanto eles seguiam caminho floresta adentro.

Continuando seu caminho, Rodrigo, Camila, Piyomon e Gaogamon param pouco antes de chegar à entrada designada, Rodrigo já ia abrindo o mapa até que vê algo no teto de um cômodo da fortaleza. Aproveitando que eles ainda estavam escondidos na floresta e estavam na direção oposta ao portão dos fundos, ele pede que Piyomon vá até lá cuidadosamente, pensando ser uma possível entrada de ar. Piyomon logo levanta vôo e com extrema cautela vai averiguar a situação.

- Estou nervosa. – Camila falava.

- Não se preocupe, vai dar tudo certo. – Rodrigo tentava acalmar sua amiga.

Segundos depois Piyomon volta para o grupo e informa o que viu no teto da fortaleza.

- É uma entrada de ar! Larga o suficiente para vocês entrarem! – Ela dizia um tanto nervosa.

- Ótimo, e a superfície, como é? – O parceiro de Gaomon perguntava.

- Horizontal e liso. Feito apenas de aço. – A digimon ave completava.

- Entendo. – Rodrigo acenava com a cabeça. – Vamos Gaogamon!

- Certo! – O quadrúpede azul falava.

- Espere, como vamos subir lá? – Camila questionava.

- Não se preocupe. Apenas observe e se segure firme. – Gaogamon respondia.

- Tá certo então. – Ao ver a determinação e confiança de seus amigos, se acalma.

Neste momento Gaogamon se concentra. Seus olhos mostravam determinação. Ele então parte em uma velocidade incrível, tanto que, ao partir, uma grande onda de poeira foi deixada para trás. Logo ele se aproxima da parede de concreto, seus passos eram largos e silenciosos, sem dúvidas estava mais hábil do que das ultimas vezes, a contração e elasticidade com que seus músculos trabalhavam era simplesmente incrível. Então, em mais dois passos eles chega ao teto. Primeiro ele toma impulso e salta então crava suas rochas na parede, e pega mais outra propulsão, logo ele salta novamente e está no teto. Sorrateiramente, todos descem de suas costas e Gaogamon então regride.

- Vamos abrir devagar, sem fazer barulho, pois tenho certeza que ainda há guardas aí, e os que foram ver a ponte já devem estar voltando. – Alertava Rodrigo.

- Certo. – Todos concordavam.

A entrada de ar era feita de aço, era lisa, porém tinha uma abertura suficiente para a entrada de uma mão humana. Rodrigo então puxa a tampa e eles adentram um por um e vão engatinhando.

- Isso é apertado. – Reclamava Camila que passava pelo estreito corredor de ventilação.

- Vai andando! E fala baixo! Se não nos descobrem! – Rodrigo sussurrava.

Rodrigo e Gaomon estavam mais a frente e Piyomon e Camila vinham atrás, até que, subitamente, um pedaço de metal do estreito corredor de ventilação cede e Rodrigo e Gaomon caem de costas no chão, fazendo muito estardalhaço. Os dois então se levantam ainda atordoados pela situação. Na entrada de ar acima, Camila e Piyomon estavam caladas, não sabiam o que fazer diante de tamanho contratempo.

Rodrigo percebeu que estava em um corredor estreito, com um piso liso de algum material que ele desconhecia, só sabia que era branco. As paredes e o teto eram metálicos, sendo que havia uma pequena camada retangular sob o teto, ao lado do corredor de ventilação, que emitia uma pequena luz. Era o sistema de iluminação. O que ele não sabia, é que ali dentro havia uma pequena câmera oculta. E no conforto de sua sala, sempre com as luzes apagadas e de olhos vidrados na imensa tela do computador, estava Kau, sempre sério e sisudo, observando cada passo deles.

Abruptamente, um buraco se abre no chão e os dois parceiros caem, deixando escapar um grito. Camila e Piyomon não sabiam o que fazer, estavam perplexas. Até então, Rodrigo tinha sido seu guia, como iam prosseguir agora?

Rodrigo então começa a recuperar a consciência, e se vê em um local escuro. Sua visão estava turva e não conseguia observar direito o que se passava. Alguns segundos depois ele percebe Gaomon se levantando, com uma face muito espantada. Vendo aquilo, o garoto começa a se levantar e esfrega os olhos para ver o que assustava seu parceiro. Todavia, o que o garoto viu não foi nada agradável.

- N-n-não... não... não é possível! STINGMON?! – O garoto estava bastante surpreendido ao ver o algoz de seu amigo novamente.


Stingmon retorna! Qual o significado disso? E qual será o destino de Rodrigo agora?!

To be Continued

Proximo Episódio: Tempo de Morrer

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