segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Digimon PDM: Episódio 02 - Digimon, digimundo, digisoul...???

Não recomendado
para menores de 10 anos

Agumon corria incansavelmente, preso em suas costas estava uma espécie de mochila,
mais tinha a forma de algo parecido com uma estrela. – Tenho que chegar... – Ele
continua correndo, está em uma espécie de montanha, em uma ponta um precipício e
a queda ali seria mortal, a cada passo do digimon dinossauro algumas roxas se soltam
e caem fazendo barulhos em suas quedas pelo precipício. – Ainda falta... – Ele não
consegue terminar sua frase, só que não é por cansaço e sim algo que chama sua
atenção, algo assustador e monstruoso. – Você... – Ele distingue o inimigo pelo seu
poderoso olfato, o vulto apenas estica o que deveria ser uma mão ou uma garra.



- Me entregue. – Ele avança devagar na direção de Agumon que dá um pequeno salto
para trás, na queda algumas pedras se desprendem do chão e são lançadas em queda
livre. O vulto negro fica apenas observando a Agumon e seu pacote.

- Vem pegar, baby flame! – O dinossauro solta uma bola de fogo de sua boca em
direção ao vulto, porém o ataque se desfaz antes mesmo de tocar a sombra negra
que ainda o observava com seus olhos vermelhos penetrantes. – Não vou te entregar,
nunca! Baby Flame! Baby Flame! Baby Flame! – Agora ele acabara de disparar três
semelhantes bolas de fogo, mais todas se desfazem da mesma forma que a primeira.

- Vai morrer de qualquer modo... – O vulto negro ergue sua garra e prende Agumon
pelo pescoço. Sem ar o pequeno digimon acaba desfalecendo aos poucos, sua vista se
nubla. – Inseto fraco. – O vulto negro tira o que Agumon carregava e em seguida o
joga pelo penhasco, o digimon amarelo cai deliberadamente, sua morte era certa, até
quando algo parecido com uma rachadura no meio do ar se abre e o engole se fechando
em seguida e desaparecendo como se nada tivesse acontecido ou sequer existido ali.

- Bom foi isso... – Agumon termina com um hambúrguer que Miguel havia lhe
comprado, o dinossauro estava sentado em um banquinho de um parque, por estar na
hora do jantar o parque estava quase deserto e o lugar onde Miguel e Agumon estavam,
era escuro pela falta de luz de um poste queimado próximo do local.

- Você só se lembra disso? – Miguel olhava Agumon com certa desconfiança, tudo
havia sido muito rápido, num segundo ele saia de um mini-mercado com alguns lanches
de microondas, no outro havia trombado com um ser baixinho, laranja, narigudo e
dentuço lembrando um dinossauro, alem da cara de esfomeado e idiota. Agora estavam
em uma praça, Miguel lhe havia comprado um lanche que ele rapidamente devorou
enquanto contava sua história, que alias para o garoto era um tanto duvidosa.

- É! Eu não consigo me lembrar de nada antes disso e nem depois. – Agumon agora
devorava as batatas fritas que seu recém conhecido humano comprara, era o primeiro
contato que o dinossauro havia feito com os seres desse mundo, o encontro de mais
cedo com o padeiro pai de Felipe não foi bem uma conversa. – E... Que mundo é esse?

- Terra, raça dominante são humanos. – Miguel olhava toda hora ao seu redor, não
gostaria de ser visto com Agumon, seria no mínimo estranho. – Me diz uma coisa, de
que lugar você veio, sabe me dizer? Alias o que é um digimon? – Miguel se lembra
das diversas vezes que Agumon mencionara o termo “digimon” isso o intrigava mais
e mais, algo acontecera que o interessara mais do que quinze minutos e isso era difícil.

Agumon tentava chupar o refrigerante no canudinho, mais tinha uma incrível
dificuldade pelo tamanho de sua boca e seus dentes, sua cabeça deixava a cor amarelada
e se tornava vermelha devido à tamanha força com que ele tentava sugar o líquido no

copo. Miguel acaba se aborrecendo, tira a tampa do copo e o devolve para Agumon que
finalmente termina seu refrigerante, em seguida ele responde as perguntas do rapaz que
o olhava cada vez mais impaciente. – Venho do Digital World, acho que aqui vocês
chamam de Digimundo. Digimon são seres digitais, somos feitos de dados, no meu
mundo existem vários tipos de digimons, quanto mais dados acumulados mais fortes
somos.

Miguel literalmente estava intrigado, observava Agumon de todas as formas e meios
possíveis, aquilo realmente lhe interessava um mundo diferente, ninguém o conhecia
e com formas inteligentes. – Interessante... Existem outros como você? Digo seres que
falam ou raciocinem... Não que você o faça.

- Sim, sim existem mais não me lembro agora... – Agumon já havia terminado de comer
e beber a agora alisava sua barriga, finalmente sua intensa fome havia cessado pelo
menos por um tempo. – Só sei que tinha algo muito importante pra fazer, mais não me
lembro ou tenho idéia do que era! Ai, minha cabeça... Porque não consigo me lembrar?

- Deve ter sido alguma forte pancada, relaxa que em alguns casos a memória volta
com o tempo... – Miguel se levanta do banco em que esteve sentado e em seguida
limpa a sua calça. A Lua já reinava absoluta no céu, uma grande e bela Lua cheia
as estrelas se prostrando ao seu redor, aquilo sempre confortava Miguel de alguma
maneira, o rapaz move o anel que sempre levava consigo em uma corrente em volta do
pescoço, era a única coisa que restara de sua mãe, normalmente quando ele começava
a pensar em algo ele inconscientemente começava a mexer no cordão, aquilo parecia
acalmá-lo. O rapaz começa a andar mais para ao dar quatro passos. – Você não vem?

- Posso ir contigo? – Agumon
que poderia confiar naquele humano, algo nele cheirava muito bem. – Posso te chamar
de amigo? – O pequeno dinossauro olha esperançoso para Miguel que continua a andar
sem olhar pra trás.

- Meu nome é Miguel, só me chama assim... E sim sou seu “amigo” – Sem parar de
andar, nem quando Agumon dá um grito de alegria, ele toma o caminho de casa seguido
por Agumon, o parque durante a noite era bastante macabro, as sombras das árvores
faziam formas monstruosas e assustadoras, Agumon andava o mais próximo possível
de Miguel como se ele não fosse a coisa mais estranha que poderia aparecer ali. Apesar
de morar na cidade há pouco tempo, Miguel havia memorizado as ruas pelas quais ele
tinha passado no caminho da escola e de outras que Felipe havia lhe mostrado mais
tarde antes de se separarem. Ele sabia quase que exatamente o caminho para a sua casa.

Após andar até o meio da praça, tudo parecia calmo e normal até que Agumon usando
de seu poderoso olfato apurado, percebe algo diferente no ar - Ei! Parceiro... Miguel!
– Ele rapidamente começa a puxar a camisa de Miguel que se aborrece e se vira para o
pequeno dinossauro.

- Que é?! – Se algo aborrecia Miguel com facilidade eram pessoas que tem mania de
falar puxando ou cutucando a outra, porem a indignação se esvai ao ver a cara séria de
Agumon. – Que houve... – Antes que possa terminar a frase Agumon coloca uma de
suas garras na frente da boca pedindo silêncio, parecido com o gesto que os humanos
fazem quando querem silêncio.

- Sinto o cheiro... – Após uma breve pausa e alguns movimentos do focinho de Agumon
indicando que ele farejava como um cachorro, o digimon dinossauro completa. – Cheiro
de inimigo... Predador...

- Pre - da - dor? – Algo vem à cabeça de Miguel com a mesma intensidade que um
raio bate numa árvore e a destroça, algo dito mais cedo no colégio por Felipe, que o
deixou muito intrigado e temeroso. Porém não se lembrava a palavra ao certo – Como
era mesmo... Algo haver com caça... – É quando sua espinha gela e em sua mente vem
como o vento soprando numa noite tempestuosa um pedaço da frase de Felipe “algumas
pessoas dizem que quando acha uma “presa” que realmente vale a pena...” – Ah... Não...
Será? – Ele começa a procurar ao seu redor, qualquer coisa que lhe chame a atenção
é quando o vê, parado entre dois postes bem na principal saída da praça, estava ele a
pessoa que causou um terrível medo em Miguel, seus cabelos ruivos fogo balançando
ao vento, uma camisa preta com uma caveira o símbolo de um super-herói famoso
estampado no peito, jeans esgarçados e tênis pretos, alem do seu casaco vermelho
amarrado na cintura. Ali bem a sua frente de braços cruzados, estava Alan com seu
olhar voltado para Miguel e seu estranho acompanhante.

- Carne fresca... – O rapaz descruza os braços e começa a andar na direção de Miguel
e Agumon que estavam no circulo central que ligava a todos os outros menores do
parque. Sim era um design diferente, o parque era todo dividido em círculos ligados
por caminhos de pedra, em volta dos círculos havia moitas e árvores, de fora era
difícil se ver o que acontecia lá. Alan olhava para Miguel, enquanto estalava os
dedos e ignorava o fato do rapaz estar ladeado de um dinossauro de cor amarelo.

- Alan, é esse seu nome né? Eu não to afim de confusão – Miguel dá um passo para trás
mais esbarra em Agumon, é só ai que percebe que o digimon havia sequer se movido,
e encarava Alan com um olhar feroz. O dinossauro soltava um pequeno rosnado. –
Agumon? – O ar estava cada vez mais pesado, o clima ali tinha com muita tensão.

- Vou acabar com você, aqui mesmo... Manda esse teu dinossaurinho sair da frente. –
Alan estava a pouco mais de dois metros de distancia de Miguel e Agumon, a briga ia
começar e as chances não estavam nada boas para Miguel.

- Ca... Calma ai cara... Agumon se prepara para correr... – Antes que terminasse a fala,
o rapaz vê o punho de Alan se aproximando e no ultimo segundo consegue se abaixar,
desviando do soco. Porém não tem muito tempo, pois Alan já vinha com uma joelhada.
Miguel fecha os olhos e coloca os antebraços em frente ao rosto para segurar a força
do golpe. – Ugh! – A força era tanta que ele foi lançado no ar e caiu a três metros de
distância, seus braços pareciam pesar meia tonelada cada e seu corpo uma tonelada
inteira, o máximo que conseguiu fazer foi mover um pouco o queixo e ver Agumon
avançando em cima de Alan, já com suas garras a mostra.

- Vai pagar por machucar o Miguel! Baby Claw! – Ele já havia saltado em cima de Alan
que ainda se recompunha da joelhada e havia perdido seu equilíbrio, aquelas afiadas
garras o cortariam como um pão. Miguel por um segundo fecha os olhos, mais ouve
algo como duas coisa de metal se chocando e ao olhar novamente vê, os rumores que
havia ouvido sobre Alan eram verdadeiros, no ultimo momento antes das garras tocarem
a sua pele o arruaceiro havia sacado seu par de tonfas e os cruzado bem na frente de seu
rosto, com isso evitado o ataque e habilidosamente dado um chute em Agumon antes de
cair no chão e se levantar.

- Nada mau dinossauro... Nada mau mesmo... – Em seguida, Alan coloca os tonfas na
frente de seu peito, a arma faz um estranho som metálico. – Pronto para continuar?
Vou pegar pesado. – Em seguida o arruaceiro parte para cima de Agumon. Miguel
jamais tinha visto alguém se mover tão rápido, Agumon como havia recebido o chute
estava mais atrás e dispara sua técnica de fogo na direção de Alan que desvia de três
bolas de fogo e redireciona a quarta com um golpe do seu tonfá esquerdo. – Toma
isso! – Rapidamente ele derrapa e fica bem abaixo do focinho de Agumon que é pego
desprevenido por um duro gancho de Alan. A força é tanta que tira o dinossauro do
chão, mais Agumon consegue dar uma cambalhota no ar, cai disparando bolas de fogo
em Alan que cruza suas armas em frente de si mesmo e recebe o ataque. Uma camada
de fumaça acaba cobrindo-o quando os ataques colidem com os tonfas cruzados de
Alan.

- Consegui... – Agumon finalmente volta a falar desde que sua luta com Alan havia
começado, ele olha confiante para a cortina de fumaça que se esvai vagarosamente e em
seguida para Miguel. – E ai tudo legal?

Miguel mal podia acreditar na luta que acabara de ver, aliás, ninguém acreditaria
que um dinossauro amarelo e baixinho que cospe fogo estaria lutando contra o maior
delinqüente da cidade e o pior é que estavam quase em igualdade, mas o rapaz se sentia
aliviado ao ver seu amigo bem, parecia que o duro gancho não havia lhe afetado muito.
– To legal Agumon... Valeu mesmo, tu acabou com ele...

- Não, ele ainda não perdeu... – Agumon agora olhava para a fumaça que terminava de
se esvair, no momento seguinte Alan vinha correndo em sua direção e tenta lhe aplicar
um golpe em cima de sua cabeça. O dinossauro salta para o lado e prepara para disparar
sua técnica “baby flame” mais é surpreendido pelo braço direito de Alan que havia
girado a parte maior do tonfá para fora e acerta um duro golpe em Agumon que antes de
cair consegue aplicar um chute nas costelas de Alan que também cai de lado.

- Eles... Vão acabar se matando... – Ambos, os dois lutadores se levantavam novamente,
já demonstrando cansaço, as pancadas foram fortes para ambos. Agumon apontava
suas garras na direção de Alan, elas brilhavam ao refletir a luz do luar. Já Alan ainda
segurava suas armas frente a seu queixo. Logo partiriam para o ultimo assalto, era obvio
que um sairia vivo e outro morto. – Parem...

- Vou acabar com isso no próximo golpe! – Agumon começa a correr na direção de seu
oponente com suas garras juntas como uma só lâmina.

- Parem... – Ainda sem muitas forças, Miguel desejava mais que tudo que essa luta
terminasse, eles estavam lutando por sua causa e ele não podia se mover.
- Eu que vou vencer... – Alan corre também na direção de Agumon, seus tonfas giravam
com o movimento se suas mãos e mais pareciam duas serras de marceneiro, exceto por
não terem um fio de lâmina.

- Por favor... Parem... – Miguel tentava ao máximo gritar, sua voz saia rouca e exausta.
Ambos, Agumon e Alan se aproximavam um do outro e Miguel bem ao meio deles
via tudo mais atrás. – Parem... – A cada passo o rapaz via que algo de muito ruim ia
acontecer e tudo por sua causa.

- Baby Claw! – Agumon utiliza sua técnica com suas afiadíssimas garras.

- Segura essa! – Alan desfere um golpe com o braço direito na direção do crânio de
Agumon.

- PAREM! – O grito de Miguel se foi ouvido, alem de uma grande explosão de uma
estranha chama alaranjada repleta de códigos binários, a explosão envolve Alan e
Agumon, tudo é tomado por uma intensa luz.

Parecia uma sala comum de escritório, tudo estava escuro, exceto por uma luz em um
único computador, um homem de óculos digitava e clicava apressadamente. – Cadê...
Foi tudo muito rápido... Perdi. – Ele se larga em sua cadeira e suspira fortemente, é
quando alguém aparece atrás dele.

- Conseguiu? – Tinha uma voz estranhamente cansada e arrastada e parecia estar de mau
humor.

- Nem... Foi altamente rápido, não deu para rastrear... Só digo que foi nas imediações
do parque e que sim foi nessa cidade. – O homem olha para onde veio a voz, encoberto
pelas sombras algo brilha a sua frente.

- Bom, vamos mandar unidades para lá, não quero saber de falhas. – A voz estava
claramente aborrecida.

- Sim... – O homem novamente volta a digitar no computador.

Miguel havia desmaiado, agora aos poucos abria os olhos e tinha uma lâmpada sobre
sua cabeça, à intensidade da luz o faz fechar os olhos novamente e em seguida colocar
a mão na frente deles para proteger. – Onde eu to? – Ele novamente abre os olhos e vê
que está em seu quarto e que Agumon está sentado na cadeira de seu computador.

- Miguel! Ainda bem que você acordou! Eu tava muito preocupado! – Agumon
pula da cadeira e vai até a cama de Miguel que nota que o dinossauro estava com
um pacote de biscoitos recheados dentre as garras enquanto, mastigava alguns.

- O que foi que aconteceu? Como eu apareci aqui? O que houve lá no parque? E o
Alan? – Repentinamente ele parar de falar, pois sua cabeça ainda dói, Agumon o deita
na cama e continua comendo seus biscoitos.

- Bom parece que houve uma explosão de digisoul, nunca vi tanto e em tamanha
quantidade! Logo em seguida você desmaiou e eu o trouxe para sua casa. Hehehe, eu
senti seu cheiro e segui até aqui, sorte que não tinha ninguém em casa. – Ele faz uma
pequena pausa para comer outro biscoito e em seguida continua. – Alan disse que você
só faz ficar mais interessante e que volta outro dia pra acertar as contas seja lá o que
isso quer dizer. – Por fim Agumon fica olhando para Miguel como se aquilo tudo fosse
à coisa mais natural do mundo.

- Minha cabeça dói. Só me lembro da forte luz... – Ele desiste de tentar entender o que
havia acontecido, era informação demais para um só dia, mesmo para ele. Por fim acaba
se virando para o armário do lado contrario a Agumon e puxando suas cobertas. – Na
outra porta tem um armário, vai dormir lá e não saia do quarto até eu mandar... Eu
preciso dormir...

Agumon deixa escapar uma leve risada, em seguida vai até o armário que Miguel
indicara, ele cabia ali perfeitamente e após improvisar uma cama ele acaba se deitando.
– Sabe Miguel, to muito feliz de te conhecer... – Miguel que ainda não tinha dormido
ouve o que o estranho dinossauro havia dito mais acaba se virando para o lado oposto
da cama.

- Ta legal, só nunca mais coma meus biscoitos de chocolate.

Continua...

Não perca o próximo episódio!: Faça sua vontade, Desperte Digisoul!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores


  ©Template Blogger Writer II by Dicas Blogger.

SUBIR